segunda-feira, 29 de novembro de 2021

" E por quê um mês da Consciência Negra?"


Hoje a Secretaria de Cultura, Secretaria de Desenvolvimento Social, Unegro, Artistas, Escolas e comunidade em geral se reuniram na Praça dos Poetas, Alto da Prefeitura de Jequié para culminar as atividades do Novembro Negro.

 Na oportunidade mediei um momento de reflexão, por certo, necessário:

  " E por quê um mês da Consciência Negra?" 

Tecemos um percurso a partir de quem somos, da vida, da infância na Feira Livre em Jequié, dos lugares que nos forjaram na luta, nos enfrentamentos. 

Para incendiar a fogueira e dizer basta a celeuma da Consciência Humana, a gente responde com  Poesia:


Até quando?

Até quando assistiremos o genocídio de jovens negros

 "deitados eternamente em berço esplêndido"? 

Até quando nossos sonhos serão aniquilados com o braço da violência 

e do racismo estrutural e institucionalizado neste país? 

Parafraseando Elza Soares... 

Até quando  " A carne negra será a carne mais barata do mercado? 

Até quando eles vão abordar a juventude negra 

Entregando-lhes sentença de morte e destruindo famílias?

 

Até quando eles derramarão o nosso sangue 

em seu projeto “civilizatório” 

que nos considera seres sem alma, 

sem intelecto, sem sonhos?

 

Até quando seremos um pedaço de carne que possa ser abatida

sem perguntar se tenho família, 

nome, sobrenome?

 

Que cidadania é essa?

 

 Eu choro com todas as mães

Eu choro com famílias,

Choro com João Pedro, Dandaras, Mirtes e Marielles.

 

 Cada vez que elegemos genocidas para a gestão pública

 seguramos a arma que abate povos negros e vulneráveis,

 pois, o crime no Brasil tem cor, etnia e classe social.

Até quando?

Fabiana Moura, Pedagoga, Especialista em Direitos Humanos, Mestra em Educação Científica 

(UESB – Jequié)

 


 

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