Na oportunidade mediei um momento de reflexão, por certo, necessário:
" E por quê um mês da Consciência Negra?"
Tecemos um percurso a partir de quem somos, da vida, da infância na Feira Livre em Jequié, dos lugares que nos forjaram na luta, nos enfrentamentos.
Para incendiar a fogueira e dizer basta a celeuma da Consciência Humana, a gente responde com Poesia:
Até quando?
Até quando assistiremos o genocídio de jovens
negros
"deitados eternamente em berço
esplêndido"?
Até quando nossos sonhos serão aniquilados com o
braço da violência
e do racismo estrutural e institucionalizado neste país?
Parafraseando Elza Soares...
Até quando " A carne negra será a carne mais barata do mercado?
Até quando eles vão abordar a juventude negra
Entregando-lhes sentença de morte e destruindo famílias?
Até quando eles derramarão o nosso sangue
em seu projeto “civilizatório”
que nos considera seres sem alma,
sem intelecto, sem sonhos?
Até quando seremos um pedaço de carne que possa ser
abatida
sem perguntar se tenho família,
nome, sobrenome?
Que cidadania é essa?
Eu choro com todas as mães
Eu choro com famílias,
Choro com João Pedro, Dandaras, Mirtes e Marielles.
Cada vez que elegemos genocidas para a gestão
pública
seguramos a arma que abate povos negros e
vulneráveis,
pois, o crime no Brasil tem cor, etnia e
classe social.
Até quando?
Fabiana Moura, Pedagoga, Especialista em Direitos Humanos, Mestra em Educação Científica
(UESB – Jequié)
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