quarta-feira, 24 de junho de 2020

Educação nas Nuvens

Conforme a etimologia , a palavra nuvem que é originária do latim “nubes” . Como na antiga Roma já havia o costume da noiva usar véus cobrindo o rosto durante a cerimônia de casamento, o véu era de material translúcido como as nuvens, de onde surgiu o verbo nubere: “contrair matrimônio, casar”. Dessa palavra, se formaram núpcias (casamento), núbil (apto para casar) e nubente (pessoa que está por casar). Segundo historiadores, na mitologia grega Nefeles era a Ninfa das Nuvens e das Chuvas. No artigo A comédia e a ruptura dos semblantes: notas sobre "As nuvens", em Lituraterra escrito por Laura Lustosa Rubião, Psicanalista, Mestra em Filosofia da Ciência pela Unicamp, Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais, dialoga com Lacan a partir da passagem do texto Lituraterra, em que Lacan menciona As nuvens (peça do comediógrafo grego Aristófanes) com a finalidade de depreender o sentido da convocação do nome do poeta cômico, nesse contexto final da obra lacaniana. Para entender o enredo de Aristófanes e a vertente lacaniana, a Psicanalista faz menção ao movimento Sofista. A sofística, movimento que abriu as perspectivas de uma nova educação para o povo grego, surgiu no contexto da criação da polis e da constituição da nova sociedade civil, no espírito do regime democrático. Sua finalidade era superação dos privilégios da antiga educação para a qual só era acessível aos que tinham sangue divino. O acesso a lugares de destaque político não mais dependia de uma hierarquia natural, mas de um exercício de retórica, que implicava, sobretudo, o bom manejo das palavras. Em outros contextos, como por exemplo, a meteorologia, Segundo dados publicados pelo Departamento de Física da UFPR, baseando-se na aparência, distinguem-se três tipos nuvens: cirrus, cumulus e stratus. Cirrus são nuvens fibrosas, altas, brancas e finas. Stratus são camadas que cobrem grande parte ou todo o céu. Cumulus são massas individuais globulares de nuvens, com aparência de domos salientes. Qualquer nuvem reflete uma destas formas básicas ou é combinação delas. Entre o final do Século XX e a na primeira década do século XXI o mundo cyber e a cultura digital agrega o termo nuvem para o contexto de armazenamento de conteúdos e informações. O termo Cloud computing ou computção em nuvem inaugurou um novo tempo para o uso de mecanismos físicos de armazenamento de informações, desencadeando novos modelos de gestão das empresas e consequentemente de gestão da educação. O disquete, os discos de armazenamento, CD, DVDs, pen-drive entre outros foram perdendo espaço, aos poucos, o Onedrive, Drobox, Google-drive entre outras explodem possibilitando o acesso aos dados em qualquer lugar por meio do smartphone, tablete, notebook, precisando apenas de conexão a internet. O armazenamento nas nuvens então passa a ser uma das fermentas amplamente utilizadas para fins educacionais. Pesquisadores destacam que a Educação 4.0 para o século XXI não pode negar o papel e a importância das Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de mediação das aprendizagens. A Pandemia do Covid19 impôs as escolas uma mudança do presencial para o “ensino remoto emergencial”, neste contexto especificamente, a mediação da aprendizagem saiu do ambiente físico para o virtual e o armazenamento de conteúdos, vídeos, livros, exercícios passam a ser trabalhados nas nuvens em virtude da necessidade de isolamento social para minimizar os estragos provocados pela doença e evitar o colapso do Sistema Único de Saúde. A inclusão digital ainda não é uma realidade que integra todas as classes sociais no Brasil, isso é fato. A pesquisa publicada pela TIC Kids Online Brasil (https://cetic.br/pt/pesquisa/kids-online/), destaca que cerca de 1,8 milhão de indivíduos de 9 a 17 anos não são usuários de internet, enquanto 4,8 milhões vivem em domicílios que não possuem acesso à rede, ou seja, cerca de 17% de brasileiros na faixa etária de escolarização, bem como os estudantes da Educação de Jovens e Adultos. Não podemos negligenciar e lançar para invisibilidade ou criar uma “ nuvem de fumaça” para esconder esta realidade. Porém, a educação para este século precisa reconhecer que Cloud Computing, armazenamento nas nuvens é uma ferramenta essencial para educação no século XXI seja na pandemia, ou em qualquer outro contexto. A Educação para este século é atravessada por novos paradigmas e por uma nova complexidade. A Educação nas Nuvens, é inegável para esta e para as futuras gerações. (Fabiana C. Moura Neuropsicopedagoga, Mestra em Educação Coach Educacional Meu Dever de Casa)

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