sexta-feira, 31 de julho de 2020

Travessias em Educação: Entrevista com Dominguinhos


Autografando ... Anésia Cauaçu




 

Nome completo:

Domingos Ailton Ribeiro de Carvalho

Área de formação e especializações:

Licenciado em Letras, especialista em Literatura e Ensino da Literatura pela UESB  mestre em Memória Social e Documento pela UNIRIO.

Cite dois ou três fatos marcantes sobre sua infância e sua vida escolar:

Na minha infância destaco o conto que escrevi, aos 6 anos de idade, sobre o velho Pedrão. Pedro era o único nome que ele tinha. Vinha de Palmeira dos Índios, terra   onde o escritor Graciliano Rocha foi prefeito, e pertencia a um grupo indígena dessa localidade em Alagoas. Conheceu Lampião e Padre Cícero. Chegando no sertão de Jequié se tornou trabalhador rural da roça de meu pai. Um carro O atropelou  quando ele e meu pai estavam montados em cavalos. Por ter quebrado a “bacia” não pode mais trabalhar. Para poder ter uma certidão de nascimento e  direito a  aposentadorias, pai  criou um sobrenome para ele: Januário de Freitas  ( Dôga era inventivo e dizia que no “norte” tinha muita gente com esse sobrenome).  Seu Pedrão  passou morar em uma casinha ao lado de minha casa. O velho Pedrão acendia o cigarro triscando uma rocha na outra como faziam os povos nativos e ia no mato onde é hoje o Loteamento Sol Nascente apanhar varas para produzir arco e flecha, instrumentos que eu usava para representar em brincadeiras cênicas o indígena. Com as histórias que ele contava, produzi um conto aos 6 anos sem ter consciência naquela época do gênero literário que tinha escrito. Aprendi com aquele velho índio, um acervo vivo da tradição oral,  a contar  histórias.

Destaco na vida escolar o lançamento da primeira publicação, um livrinho, o conto “Pura”, quando tinha 17 anos na Feira de Ciências e Cultura, em 1987, no IERP, organizada pelo professor Wilson Rocha Filho (em memória).

Quando e quais eventos os/as levaram a escolha pela profissão docente?    

As aulas do professor José Carvalho de História, o método dele em ministrar as aulas contextualizando os fatos históricos com a história  de vida das personagens,  relacionando a outros fatos, levaram-me a ter vontade de ser professor. Métodos também de ensinar  de professores como  Maria Afonsina e Raimundo Matos dentre outros influenciaram na minha decisão de seguir na carreira de professor.  Ter ouvido em eventos pessoas da qualidade  de   Paulo Freire e  Eduardo Galeano influenciaram em muito também a escolha da profissão docente.   

Qual aspecto/fato que em sua concepção é o maior desafio para a profissão docente?

É conseguir sensibilizar aquele aluno que está na sala conversando, fazendo barulho enquanto eu ministro aula. Fazer com que ele tenha consciência de que ele não está prejudicando somente o professor e seus colegas de sala, mas a si próprio, é o maior desafio.

E qual o maior prazer, aquilo que emite alegria sobre o fazer docente?

É saber que aquilo que ensinamos levou  ao processo  evolutivo  do estudante. É encontrar ex-alunos que dizem: “Professor, aquele trabalho de redação que o senhor fez em sala de aula  foi importante para que eu passasse no vestibular, na seleção de mestrado, na seleção pública...” 

“Aquele livro que o senhor  indicou  foi fundamental para que eu passasse a gostar de ler”. 

Descreva a Profissão Docente em uma palavra.

Aprendizagem.


Dominguinhos é um retrato poético do município de Jequié! 

Gratidão meu querido amigo pela partilha.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seus comentários e em breve responderemos.

Professor da Rede Estadual é semifinalista do Prêmio Oceanos

  RESSURGÊNCIAS do professor e escritor jequieense José Manoel Ribeiro semifinalista do Prêmio Oceanos 2024 Imagine um livro que ressurge da...