sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Pelas mãos de Carolina e Conceição: Memórias, Silenciamentos e Resistência





 











   

”Mas de que cor eram os olhos de minha mãe?”

 Fabiana Correia Moura

O que há de mais belo na afroliteratura, ou pelo menos, o que enxergo e vivêncio, é o modo como as “escrevivências” destas mulheres e suas existências me fazem menina e pegam-me pela mão conduzindo ao caminho de retorno a minha infância. Um tempo feliz, de brincar na rua, jogar bola, rir alto, contar histórias e tomar banho pelas águas do Rio de Contas em Jequié na segunda-feira, dia de lavar roupa.

 Estas memórias nos acalentam, pois a face abrupta da escassez, do racismo, da exclusão não faz questão de se esconder, por mais que tentemos nos desviar, as “pulsões de morte”, de medo, caminham paralelas as  “pulsões de vida” disputando espaços nas avenidas da vida.

Assim como Carolina Maria de Jesus, sim, “Meu sonho era escrever “, a escrita de uma ‘ vida experimentada” que Elane Nardoto desperta no tecer da colcha de fuxicos de suas filosofias femininas. “ Escrita de si’.

O século XXI é reconhecido como a era do conhecimento, a contemporaneidade é desenhada como um grande axioma complexo formado por conexões subjetivas, emoção, saberes, sentimentos, memórias.

Percebemos um movimento acelerado do tempo. Mas, o que é tempo? Autoquestionamos sobre a constituição da nossa própria realidade? A sensação que temos é que essa nossa “ humanidade “ líquida, volátil transitória submergiu aos encantos e seduções do capitalismo industrial, o status quo, o ter para existir. Os marcadores de sociabilidade da sociedade do consumo interpretam a felicidade nos projetando para fora de si.

Somos tomados pela inaceitação dos nossos corpos, ancestralidades e identidade para assumir as projeções dos padrões eurocêntricos e colonialistas e muitas vezes racistas. O padrão de beleza, as marcas e etiquetas das roupas, a moda hegemônica, os discursos naturalizados materializam uma existência que nos fere, nos adoece e nos mutilam.

Precisamos resgatar quem somos, nossas memórias silenciadas, enterradas ou esquecidas. Vamos abrir os nossos baús, a felicidade está guardada dentro deles, as notas de esperança que buscamos nas projeções externas estão em nós, é preciso coragem para explorar as memórias subterrâneas, vozes silenciadas, choros engolidos e aceitar o desafio que produz transcendência e fé, no sentido mais amplo e pleno da palavra.

O Quarto de Despejo, o diário da vida difícil na favela, não é um romance para simplesmente embalar o sono numa noite de verão ou um dia frio de inverno. É um convite a nos deslocar para dentro e reconhecer nosso papel na trama social elaborada nesta travessia. Carolina compartilha, “Fui catar papel, mas estava indisposta. Vim embora porque o frio era demais. (Jesus, 1993, p. 22). Muitas de nós, Carolinas Marias, nos furtamos da “escrita de si” e da nossa própria história, perdemos a sensibilidade de pensar no frio dos outros/outras, na dor alheia, pois não nos damos conta do frio que enrijece a nossa empatia e solidariedade.

Em meio aos tremores de terra, os redemoinhos da vida, os partos e renascimentos, “ As escritas de si revelam formas e sentidos múltiplos de existencialidade singular-plural, criativa, inventiva do pensar, do agir e do viver junto (Josso, 2007).   O encontro com nossa criança interior pode ser libertador na proporção que nos comprometemos com o processo autocurativo.

Pelas mãos de Carolina e Conceição e o “brilho dos olhos de mainha” rainha, mãe preta, que ensina em sua doce paciência e na harmonia de sua culinária que a vida é uma coleção de momentos doces, amargos outros sem qualquer sabor.

Por fim, pelos “Becos da Memória” entre desconstrução e reconstruções, “Homens, mulheres, crianças que se amontoaram dentro de mim, como amontoados eram os barracos de minha favela” (Evaristo, 2006, p. 21.) Todos eles são constructos em minha identidade.

A narrativa do verbo encarnado, O Cristo vivo, “Amarás o Teu Próximo como a ti mesmo”, tem como premissa o autoconhecimento. A amorosidade interpretativa da nossa própria existência nos autoriza a exercer o amor como práxis, o fazer-si em amor, acolhendo a si e o diverso, superando os estigmas, os padrões minimalistas instituídos pela lógica proselitista.

Pelas mãos de Carolina, Conceição Evaristo, Zenaide[1], Dandaras, Marias e Marielles confrontamos as velhas diásporas e nos passos da resistência e transcendências às cicatrizes recompomos nossas memórias e reconstruímos nossas identidades.     

 

Eu disse: o meu sonho é escrever! Responde o branco: ela é louca. O que as negras devem fazer... É ir pro tanque lavar roupa.  

Carolina Maria de Jesus

EVARISTO, Conceição, Becos da Memória. Belo Horizonte: Mazza, 2006.

EVARISTO, Conceição Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas, 2015.

JESUS, Carolina Maria de Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática,1993.

JESUS, Carolina Maria de. Meu sonho é escrever...contos inéditos e outros escritos. Organização: Raffaela Fernandez. São Paulo: Ciclo Contínuo Editorial, 2018.

JOSSO, Marie-Christine. transformação de si a partir da narração de histórias de vida . Revista Educação Educação Porto Alegre/RS, ano XXX, n. 3 (63), p. 413-438, set./dez. 2007

RIOS, Elane Nardoto, Filosofias Femininas: da vida experimentada. 1ª ed. Ibicaraí Bahia, Via Literarum, 2020.



[1] Dedico este texto a minha mãe, Zenaide Santana Correia, mulher negra, feirante, forjada de luta,  sonhos e amorosidade.


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Magnólia: Das Mulheres que me atravessam

 


Da série “Mulheres que habita em mim” a maravilhosa geógrafa, mãe, professora e ativista Magnólia Gomes é mais que uma colega de trabalho, é uma daquelas mulheres que a vida nos apresenta como uma verdadeira irmandade. Acredito que advém da ancestralidade comum, um encontro de histórias em seus ciclos no tempo. Em uma das nossas conversas sobre nossos atravessamentos nesta Pandemia, ela me responde com uma mensagem de força e esperança.

“Pensando seriamente sobre esta pandemia, cheguei a seguinte conclusão: que realmente “A vida é uma sucessão de sucesso e insucessos que se sucedem sem cessar". Onde infelizmente também passamos por situações adversas como esta de agora e descobrimos que não estamos preparados para enfrentar tamanha dificuldade, mas, que precisamos buscar dentro de nós mesmas resiliência para darmos continuidade a nossa história.

E como uma fênix, precisamos criar forças para ressurgir das cinzas dessa pandemia, buscando uma nova forma de vida mais tranquila, menos corrida, voltada para a família e para Deus. Nos enchendo de mais empatia, humildade e com mais esperanças de dias melhores.

Tudo passa e essa tempestade vai passar e vamos retomar as nossas vidas com um olhar mais humanizado e mais solidário, no que diz respeito a tolerância, empatia e  enfrentamento as desigualdades sociais.”

Magnólia Gomes, Geógrafa, Artesã, Professora da Rede Estadual da Bahia, Presente!


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Travessias Formativas: Edigar Morin e Aillton Krenak



Entre “Um Festival de Incertezas” e “Ideias Para Adiar o Fim do Mundo”

 

Refletir sobre a natureza complexa da vida e da existência humana não é um exercício minimalista, ou simplório. Nem sempre estamos preparados para o mergulho interior necessário para nos provocar a pensar e desconstruir verdades que considerávamos inabaláveis. Nós estudamos História e observamos os cenários devastadores das guerras como espectadores diante de um filme.  Sinto que minha geração, em sua maioria, não conseguimos sentir cortar a nossa própria carne e nem consideramos isso necessário. 

Perante a leitura do artigo “Festival de Incertezas”, e esta fala fortemente provocativa como todo constructo filosófico de Edgar Morin:

 

"É TRÁGICO que o pensamento disjuntor e redutor

reine soberano em nossa civilização

e detenha

o comando tanto na política e na economia." 

 

 Questiono-me, qual é o meu, o seu, o nosso papel como protagonistas das incertezas e do caos? Remeto-me a obra do Ailton Krenak, Ideias Para Adiar o Fim do Mundo, penso, em que momento nos distanciamos tanto da nossa condição de humanidade? Pergunto-me que espécie de " humanidade" é essa defendida pela perspectiva imperialista, neoliberal  e excludente.

Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar. E está cheio de pequenas constelações de gente espalhada pelo mundo que dança, canta, faz chover. O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida. Então, pregam o fim do mundo como uma possibilidade de fazer a gente desistir dos nossos próprios sonhos. E a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história. Se pudermos fazer isso, estaremos adiando o fim (KRENAK,2019)

Estamos dispostos a nos alistar na luta por justiça social e equidade? Estamos abertos a sonhar, dançar na chuva, escutar o som da mãe terra? Somos formados para planejar nossos currículos com emaranhados de conteúdos para uma realidade de incertezas? Nos questionamos, como o conhecimento científico ganha sentidos e significados em pleno “FESTIVAL DE INCERTEZAS”? É possível reconhecermos a ciência como caminho para nossa humanização, de transformação social e produção de novos estilos de vida, de consumo, de produção? 

 

“Esta é a ocasião para compreender

que a ciência, diferente da religião,

não tem um repertório de verdades absolutas

e que suas teorias

são biodegradáveis sob efeito

de novas descobertas “

 

A Educação para o século XXI, mais especificamente o espaço escola precisa se constituir como Residência de Aprendizagem Colaborativa, espaços multidisciplinares de estudos de caso, pesquisa, leitura, construção do conhecimento científico, contação de história, danças, canais no youtube etc, tudo que a criatividade humana for capaz de desenvolver numa perspectiva holística e integradora,  mas, sabemos que não basta reconfigurar o espaço-escola, é preciso fortalecer como princípio básico uma nova estrutura econômica e política.

Pensar a economia por outras perspectivas envolve caminhos que perpassam por uma educação para conhecer o neoliberalismo em seus efeitos nefastos. Reconfigurar os padrões de consumo, os iderios de riqueza, o conceito capitalista de felicidade.  Para tanto, é necessário nos educar interiormente para promover ambientes catalizadores de aprendizagem e engajamento,  para a  construçao de novos cenários, assim pode ser que seja possível, "Adiar o fim do mundo" apesar do cotidiano nos colocar sempre frente a este "Festival de Incertezas."

 

"Na carência dos poderes públicos, identifica-se também uma profusão de imaginações solidárias: produção alternativa para a falta de máscaras por empresas reconvertidas ou por confecções artesanais, reagrupamento de produções locais, entregas gratuitas em domicílio, ajuda mútua entre vizinhos, alimentação gratuita aos sem-teto, cuidado das crianças. A mundialização criou uma interdependência, mas sem que tal interdependência fosse acompanhada de solidariedade”

 

Em suma, como nos propõe Ailton Krenak, Certamente os povos indígenas e tradicionais podem nos guiar através de sua experiência, não apenas de sobreviver, mas de reconstruir pela natureza a orientação para a vida, “uma nova humanidade” Penso que a educação em redes colaborativas e a economia solidária apresentem-nos novos mundos possíveis.

 

KRENAK, Ailton. Ideias para Adiar o Fim do Mundo. Companhia das Letras. São Paulo, 2019.

Esta edição eletrônica do livro Um Festival de Incertezas de Edgar Morin foi produzida no dia 21 de abril de 2020 pela editora Gallimard.Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/599773-um-festival-de-incerteza-artigo-de-edgar-morin


Fabiana C. Moura
Pedagoga, Psicopedagoga, Mestra em Educação Científica, Especialista em Direitos Humanos e Democracia, 
Coordenadora  Pedagógica da Rede Estadual de Educação - Bahia
Professora da Rede Municipal de Poções

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Travessias em Educação: Entrevista com Dominguinhos


Autografando ... Anésia Cauaçu




 

Nome completo:

Domingos Ailton Ribeiro de Carvalho

Área de formação e especializações:

Licenciado em Letras, especialista em Literatura e Ensino da Literatura pela UESB  mestre em Memória Social e Documento pela UNIRIO.

Cite dois ou três fatos marcantes sobre sua infância e sua vida escolar:

Na minha infância destaco o conto que escrevi, aos 6 anos de idade, sobre o velho Pedrão. Pedro era o único nome que ele tinha. Vinha de Palmeira dos Índios, terra   onde o escritor Graciliano Rocha foi prefeito, e pertencia a um grupo indígena dessa localidade em Alagoas. Conheceu Lampião e Padre Cícero. Chegando no sertão de Jequié se tornou trabalhador rural da roça de meu pai. Um carro O atropelou  quando ele e meu pai estavam montados em cavalos. Por ter quebrado a “bacia” não pode mais trabalhar. Para poder ter uma certidão de nascimento e  direito a  aposentadorias, pai  criou um sobrenome para ele: Januário de Freitas  ( Dôga era inventivo e dizia que no “norte” tinha muita gente com esse sobrenome).  Seu Pedrão  passou morar em uma casinha ao lado de minha casa. O velho Pedrão acendia o cigarro triscando uma rocha na outra como faziam os povos nativos e ia no mato onde é hoje o Loteamento Sol Nascente apanhar varas para produzir arco e flecha, instrumentos que eu usava para representar em brincadeiras cênicas o indígena. Com as histórias que ele contava, produzi um conto aos 6 anos sem ter consciência naquela época do gênero literário que tinha escrito. Aprendi com aquele velho índio, um acervo vivo da tradição oral,  a contar  histórias.

Destaco na vida escolar o lançamento da primeira publicação, um livrinho, o conto “Pura”, quando tinha 17 anos na Feira de Ciências e Cultura, em 1987, no IERP, organizada pelo professor Wilson Rocha Filho (em memória).

Quando e quais eventos os/as levaram a escolha pela profissão docente?    

As aulas do professor José Carvalho de História, o método dele em ministrar as aulas contextualizando os fatos históricos com a história  de vida das personagens,  relacionando a outros fatos, levaram-me a ter vontade de ser professor. Métodos também de ensinar  de professores como  Maria Afonsina e Raimundo Matos dentre outros influenciaram na minha decisão de seguir na carreira de professor.  Ter ouvido em eventos pessoas da qualidade  de   Paulo Freire e  Eduardo Galeano influenciaram em muito também a escolha da profissão docente.   

Qual aspecto/fato que em sua concepção é o maior desafio para a profissão docente?

É conseguir sensibilizar aquele aluno que está na sala conversando, fazendo barulho enquanto eu ministro aula. Fazer com que ele tenha consciência de que ele não está prejudicando somente o professor e seus colegas de sala, mas a si próprio, é o maior desafio.

E qual o maior prazer, aquilo que emite alegria sobre o fazer docente?

É saber que aquilo que ensinamos levou  ao processo  evolutivo  do estudante. É encontrar ex-alunos que dizem: “Professor, aquele trabalho de redação que o senhor fez em sala de aula  foi importante para que eu passasse no vestibular, na seleção de mestrado, na seleção pública...” 

“Aquele livro que o senhor  indicou  foi fundamental para que eu passasse a gostar de ler”. 

Descreva a Profissão Docente em uma palavra.

Aprendizagem.


Dominguinhos é um retrato poético do município de Jequié! 

Gratidão meu querido amigo pela partilha.




domingo, 26 de julho de 2020

Universidade Emancipa, Entender o mundo hoje: pandemia e periferias





A Rede Universidade Emancipa nos proporcionou uma jornada de formação com a temática “ Entender o mundo hoje, realizado de 5 de maio a 7 de julho de 2020 pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e pela Universidade Emancipa, por meio de videoconferências com Carga Horária de 20 horas debatendo diversos temas.

 

 Começamos refletindo O que a crise do coronavírus ensina sobre o capitalismo? ministrada por Ladislau Dowbor,  Professor titular da Economia da PUC-SP, Verónica Gago, Professora de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires (Argentina), entre outros temas, estudamos ainda A necropolítica no Brasil ontem e hoje com Rosana Pinheiro-Machado, Professora de Ciências Sociais da Universidade de Bath, Inglaterra e Silvio Almeida, Professor de Direito da Universidade Mackenzie, passando por outras questões, amplamente significativas, encerramos estudando e nos provocando a como pensar a educação em tempos de pandemia? O debate feito por Nívea Vieira, Professora de Educação da UERJ, Alvaro Bianchi, Professor de Ciência Política da Unicamp, Maurício Costa, Coordenador de Formação da Rede Emancipa.

 

Após esta jornada de estudos e composição de uma análise daquilo que foi possível me apropriar e revisitar as memórias freireanas, da Pedagogia do Oprimido dentre outras leituras atreladas a uma vida de luta, de estudos tento trazer neste texto reflexões e inquietações sobre a naturalizada “mão invisível do mercado” que regula nossas vidas, a política, a economia, a educação, a arte, e por fim, as relações humanas. Confrontamos-nos com o desafio de pensar: quem somos, como nos constituímos, quem eu sou na minha subjetividade e na intersubjetividade que compõe o eu indivíduo e o eu que se produz e projeta-se nas relações.  

 

O mundo estava assentado no seu trono de arrogância, e a pandemia demonstrou que não somos tão avançados como pensávamos ser. O modelo econômico globalizado, o paradigma civilizatório elabora de modo sutil e ao mesmo tempo agressivo uma ideia simplória de racionalidade, estamos seduzidos pelo ter em detrimento do ser ou do ter como projeção direta do ser.

A pandemia aprofundou a gravidade dos problemas socioeconômicos, fato! No mesmo ensejo escancarou a realidade nua e crua: uma pandemia de exclusão, de controle totalitário, de reprodução das desigualdades, da destruição da fauna e da flora.

Enquanto abrigamos na Mãe Terra o padrão de consumo para pequena parcela da sociedade com mansões de três andares, área gourmet, piscina, três veículos na garagem, viagens, fazendas etc... é o mesmo planeta que abarca uma família com dez pessoas abrigadas em barracos de madeira de quatro metros quadrados. Falta saneamento básico, água potável e condições mínimas de sobrevivência para estas famílias.

A palavra de ordem é consumir, e na mesma logística, derrubar matas, matar rios, destruir florestas, extinguir espécies animais, explorar o solo, produzir armas nucleares, não tolerar o diferente, naturalizar desigualdades, a escravidão, o racismo.

 Um jovem numa aula virtual de História, questionou-me:  "Professora, mas não é assim desde que o mundo é mundo?"

É este o pensamento naturalizado e cauterizado no imaginário da juventude para tolher seu protagonismo e sua capacidade de luta. Nas representações sociais sobre Trabalho, Vida e Consumo, está consolido o entendimento de que a exploração do planeta até a sua ultima gota de vida é necessário para atender as demandas do mercado, do consumo, da lei da procura e da oferta. O discurso meritocrático apregoa o sucesso como questão de escolha. Trabalhe, esforce-se e encontrará seu lugar ao sol, independente de oportunidades ou políticas, públicas. É ridículo!

A força de trabalho continua sendo vendida para garantir o mínimo, a mistura, a ração, talvez no pacote consiga adicionar internet e o smartphone.

Nos oprimem e cauterizam nosso imaginário, não podes questionar os eleitos de “ deus”, colocados no poder, ainda que revogue direitos da classe trabalhadora. Eles servem para reafirmar o neocolonialismo, o totalitarismo, cuja ordem é consumir, endividar-se, pagar tributos, manter a pirâmide social rígida: ricos cada vez mais ricos, pobres cada vez mais pobres.

A Economia Neoliberal, a política partidária aliada ao mercado econômico, os neocolonialistas, os grandes empresários ditam as regras do jogo. “Os Podres Poderes” continuam valendo-se do descarte da vida, do racismo estrutural, da violência aos LGBTs, do assassinato de jovens negros, da exclusão do povo negro, , da diferença salarial entre homens e mulheres, do machismo e do feminicídio, em suma, estes elementos constituintes da necropolítica, são as matrizes  do mercado globalista e das “democracias neoliberais”

Como poetizou Caetano Veloso

“Enquanto os homens exercem

Seus podres poderes

Morrer e matar de fome

De raiva e de sede

São tantas vezes

Gestos naturais(...)



( Por Fabiana Moura, Pedagoga, Mestra em Educação Científica e Formação de Professores, Especialista em Gestão Ambiental, Pós-graduada em Direitos Humanos e Democracia, Coordenadora Pedagógica da Rede Estadual da Bahia, Professora da Rede Municipal de Poções-Bahia)


domingo, 19 de julho de 2020

Travessias: O Centro de Abastecimento Vicente Grilo


Fonte: Arquivos de pesquisa (2010)

Em todo o transcurso da história da humanidade, com o evoluir da ciência e da tecnologia, a divisão social do trabalho consolidamos novas formas de habitar, comer, vestir-se, enfim a forma de existir da humanidade registrou mudanças cada vez mais impressionantes que marcam a sua existência, com uma diversidade de origens, saberes, pensamentos e culturas bem distintas. Confrontados pela necessidade de se alimentar e proteger-se dos fenômenos naturais como chuvas, tempestades os seres humano sentiram que precisavam viver em cooperação, em sociedade.

A historiografia destaca o surgimento da escrita e a instituição da propriedade privada como elementos fundamentais na construção da lógica civilizatória do mundo ocidental, principalmente no instante em que o homem torna-se sedentário e agricultor. Assim a sociedade organiza-se verticalmente, cria-se um estado proprietário de terras e líderes, iniciando uma espécie de submissão, registrada inicialmente por diversos historiadores como espécie de servidão coletiva.

A feira é um espaço que carrega, a princípio, a competência de desenvolver atividades puramente econômicas, de subsistência das famílias, entretanto, no curso da história, com a evolução da agricultura e do comércio, as feiras são estabelecidas e consolidadas como artefato  cultural. As feiras livres são modelos primários de comercialização de produtos desde o simples escambo, troca de mercadorias, ao mais variado comércio.  


     Fonte: Arquivos de pesquisa (2010)

A feira livre é um dos modelos mais antigos de comercialização de produtos que resiste e persiste em pleno século XXI.

As feiras nasceram demanda natural de um espaço que reunisse todos os produtos necessários ao consumo; é neste contexto de trocas e de diversidade que um modo próprio de comprar e vender faz da feira-livre um ponto de encontros, de trocas, de conversas, petiscos e para muitas pessoas, é curativo.

A feira-livre em minha vida é uma travessia que marca minha existência. Aos 11 anos de idade nossa família enfrentava muitas dificuldades financeiras. Meu pai era artesão, autônomo e estava doente, não tinha nenhuma seguridade social, e logo, ficamos praticamente sem renda. A nossa vizinha Dona Maria, quem aprendi chamar de Baía quando bem pequenina, por não conseguir falar Maria que nos deixou em 2014 para seguir para o plano celestial, ela assim é em nossa família, uma mãe, uma companheira de lutas, daquelas Marias que impulsionam outras  Marias a construir seu caminho, por ela e tantas outras Marias em minha vida, dei a uma das minhas filhas o nome de Maria. Ela era feirante, e levou a minha mãe para trabalhar com ela. Naquela sexta-feira minha mãe enfrentou os preconceitos, os olhares e opiniões contrárias, inclusive do meu pai, e lá fomos para a feira, comercializar cafezinho, pão, mingau de milho verde, mungunzá etc. o melhor cuscuz deste mundo, pelas mãos de  Dona Zenaide.

Firmamos-nos na feira, conquistamos não apenas uma freguesia, mas cultivamos amizades e construímos uma família. Em 1999, meu pai faleceu. A feira nos abraçou e nos acolheu como uma família faz. Nesta época conclui o magistério e senti que precisava prosseguir, no ano 2000 comecei trabalhar, mas continuei na feira aos sábados, buscava uma oportunidade na educação, até que substituindo uma professora amiga, numa escola particular, surgiu a oportunidade no ano seguinte, e de 2001 a 2004 a Escola Vamos Aprender foi a primeira oportunidade.

O Centro de Abastecimento Vicente Grilo foi uma grande escola na minha vida.

Hoje a minha irmã caçula Andreia, continua trabalhando, a Lanchonete Árvore da Vida continua no mesmo lugar. Dona Zenaide ainda faz o cuscuz de puba, o mingau de milho-verde mais delicioso, o arroz doce que é um manjar dos deuses e a farofinha de carne com café que tem um toque especial.

Escrever sobre o Centro de Abastecimento Vicente Grilo é resgatar minha própria história. Tenho esperança que o poder público revitalize a feira e implante um sistema de gestão socioambiental em parceria com a Cooperativa de Catadores de Material reciclável de Jequié.

Meu sonho é um dia poder olhar para a o CEAVIG como um espaço gerador de renda sustentável, comprometido com o cuidado com o meio ambiente e um vetor de manifestações culturais e integração de pessoas.

Jequié merece uma feira-livre que congregue sua identidade, sua história. O CEAVIG em Jequié é uma escola onde aprendi os maiores e melhores ensinamentos da minha vida.

 

 Fonte: Arquivos de pesquisa (2010)

Fotografias ( Jornalista Alan Leal) 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Travessias e Inquietudes: CARIDADE E JUSTIÇA SOCIAL


MiniONU - WordPress.com Mulheres e a pobreza – 21º MINIONU Criador: Timothy Allen  |  Crédito: Getty Images Direitos autorais: (c) Timothy Allen Informação extraída do IPTC Photo Metadata.

Mulheres e a pobreza – 21º MINIONU
Criador: Timothy Allen Crédito: Getty Images
Direitos autorais: (c) Timothy Allen
Informação extraída do IPTC Photo Metadata.


A pobreza e a desigualdade social no Brasil têm raízes históricas no movimento imperialista europeu, suas teorias racistas e xenofóbicas de superioridade e espírito explorador. Os anseios pela propriedade privada, pelo acúmulo de riquezas e bens de consumo foram naturalmente instituídos nas sementes do sistema econômico cuja palavra de ordem é consumir e acumular.

O critério de felicidade no mundo moderno é ancorado nos padrões consumistas irracional, logo, conquistar mecanismos de geração de renda, padrões elevados de vida e aquisições é a receita do sucesso. 

Nesta lógica o “sucesso” é consequência da busca individual, ou seja, o aparato retórico da meritocracia nos diz “se você quer você consegue, lute, seja determinado, e se você fracassou o único e exclusivo responsável é você”.

 A Psicologia, a Filosofia, as Ciências Humanas e Sociais em geral,  nos confrontam a ampliar nossas consciências e perceber-se como seres entrelaçados numa teia social em que aspectos históricos, econômicos, políticos marcam nossas travessias.

Quais questionamentos podemos nos fazer com esta análise? Embora, nossa parcela de responsabilidade implique em empreender esforços, estudar, etc., somos cortados, atravessados por engrenagens de exclusão, machismo, intolerância, racismo, pobreza e desigualdade. Vamos manter o negacionismo da ciência historiográfica e a naturalização desta engrenagem? Estamos prontos para esta conversa?

Parto desta reflexão para aguçar análises, diálogos, que talvez, para alguns seja ofensivo, ou até mesmo perturbador, pelo menos, na minha cabeça é inquietante.

Caridade é sinônimo de justiça social?

Segundo dados publicados pelo IBGE, em 2019, a extrema pobreza subiu no Brasil e já somava 13,5 milhões de pessoas sobrevivendo com até 145 reais mensais. A estatística de miseráveis é crescente desde 2015, invertendo a curva descendente da miséria dos anos anteriores.  

O nosso país é conhecido como um país da caridade. A filantropia no Brasil é um traço naturalístico, entretanto, atrelado ao movimento filantrópico é mínimo ou quase inexistente o ativismo e a luta por justiça social e distributiva.

A falácia da caridade, da partilha em muitas circunstâncias resume-se a atitude egocêntrica que leva muitos de nós a crer que doando alimentos, vestimentas que não usamos ou cobertores aos menos favorecidos, pobres e mieráveis é um modo de aplacar vazio interior ou compensar os egos da assumida classe média que doa uma cesta básica, acumula no closet os cem pares de sapatos, e sente-se confortável por cumprir a obrigação de ajudar os mais pobres sem precisar tocar nos estamentos da pirâmide social e do seu status quo, já que olhar de cima para baixo sempre foi historicamente confortável, a escravidão, por exemplo, é naturalizada em muitos discursos.

Sim, praticar a caridade, dividir e partilhar são atitudes  importantes, contudo, é preciso indignar-se com um sistema econômico e político que nega garantias e direitos fundamentais ao menos favorecidos. É preciso fazer caridade e posicionar-se frente às questões sociais que reproduzem a pobreza e a desigualdade.

A Pandemia do COVID19 em 2020 convoca a humanidade a repensar as formas de exploração dos recursos naturais. O número de mortos decorrente da contaminação é maior entre negros e pobres, em virtude das condições insalubres de sobrevivência, da vulnerabilidade das favelas, da falta de moradia digna e saneamento básico.

A caridade é amplamente relevante e necessária, mas não basta. É preciso levantar a bandeira de luta e exigir políticas públicas que assegure equidade entre os povos. Requerer dos banqueiros novos paradigmas econômicos e limitar os juros abusivos. Cobrar maiores impostos de quem mais possui e acumulam riquezas, por outro lado oferecer a classe trabalhadora condições mais justas e equilibradas para o uso do crédito.

É urgente a necessidade de repensar esta logística de consumo e esse padrão de felicidade alicerçada no consumismo irracional e da caridade amaciadora de egos. Ou inauguramos um novo modelo de civilização ou vamos sucumbir na barbárie nossa de cada dia.

Por um mundo equitativamente justo, façamos caridade, mas, não vamos nos omitir da luta por cidadania e dignidade. “Qual é a nossa parcela de responsabilidade nesta desordem que tanto nos queixamos?“

 


Fabiana C. Moura

Pedagoga, Neuropsicopedagoga, 

Mestra em Educação Científica, 

Especialista em Direitos Humanos e Democracia

 

 

 



terça-feira, 14 de julho de 2020

Travessias em Educação com Vinícius Menezes



Com prazer e felicidade compartilho aqui a História de Vida e Formação de um excelente Profissional da Educação. Vinícius inspira qualquer pessoa a amar a Geografia. Sua práxis organizada e inovadora transforma a sala de aula em espaços de viagens transcendentes.

 

"Sou Vinícius Menezes, licenciado em Geografia pela UNEB com curso de pós graduação em Geografia e Meio ambiente e Geografia física. Estudei até o ensino fundamental I na rede privada (Escola Joana Angélica) a partir do fundamental II e ensino médio em escola pública (Colégio Estadual Luiz Vianna Filho) e durante este período escolar desenvolvi amizades que tenho até hoje no meu cotidiano. Durante a minha rotina escolar, desde cedo, já sabia as áreas do conhecimento que tinha mais e que tinha menos afinidade, o que facilitou a minha escolha profissional. O que me levou a enveredar pela profissão docente, foi sem dúvida a experiência de ter ao longo da minha caminhada vários professores de excelência e que graças aos seus exemplos fizeram com que muitos outros estudantes pudessem escolher o mesmo destino posteriormente. O maio desafio na profissão docente é a subvalorização da profissão perante a cultura brasileira nos tempos atuais, um fato que afasta pessoas a este destino profissional. O maior prazer que um professor pode ter na sua carreira é assistir o crescimento pessoal e profissional de seus educandos com o passar do tempo, isso passa ser um presente diário, um retorno imaterial. Por fim, defino a profissão docente como a expressão: “Aprendizagem mútua”, visto que a nossa nobre prática é sempre um ato de ensinar e aprender."

 

Gratidão Vini por partilhar com o mundo uma parcela da sua belíssima Travessia em Educação; Vinícius Menezes, Geógrafo, Especialista em Geografia e Meio Ambiente, Pós-graduado em Geografia Física


terça-feira, 30 de junho de 2020

Travessias em Educação: Magistério em 1999

Turma do Magistério 1999 Instituto de Educação Regis Pacheco (IERP) A foto
A femininização do Magistério é visível nas fotografias, mas, podemos considerar que avançamos neste sentido, ainda que em passos lentos. Entre os anos de 1997 a 1999, cursamos o Curso Técnico de Magistério de Nível Médio no antigo (IERP) em Jequié, Atualmente Centro de Educação Profissional Regis Pacheco. Especialmente no ano de 1999 o prédio passou por uma grande reforma, na época, salas de aula das escolas da rede privada foram alugadas, nossa turma concluiu o último ano no antigo Colégio Dinâmico. Numa turma de em média trinta estudantes, apenas um era homem e não estava presente no momento em que as fotografias foram feitas. Quando recebi as fotos postadas por uma colega e amiga, Jisza como carinhosamente chamamos, cuidamos de trocar os contatos e nos comunicar. Mas, a grande inquietação é pensar, onde estão todas estas mulheres? Passados vinte anos,início de uma nova década,questiono-me, quantas transformações ocorreram efetivamente na Educação do nosso país ? Como a nossa caminhada humana e profissional se desenrolou? Os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação de fatos nos fazem mais próximos? Em breve este espaço estará permeado de Histórias de vida e Travessias em Educação! Ansiamos por partilhas que façam deste espaço um Reencontro!

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Travessia da Profª Vilmabel Soares e o Instituto Vilmabel Soares

Sou a Vilmabel Soares, professora e escritora, apaixonada por uma educação que oportunize ao aluno sua própria criação, o desenvolvimento de suas capacidades e competências comportamentais atreladas aos seus professores e colegas de classe. Quando cursei o Magistério, antigo segundo grau denominado antigamente, eu já me identificava com o lúdico como ferramenta para o aprendizado e desenvolvimento dos discentes. Lembro-me que enriquecia minhas aulas com brincadeiras, cores e muitas artes. Pensava que a sala de aula devia ser um grande parque de aprendizagem e diversão para todos os meus alunos. Com isso, a minha caminhada na Educação começava a surgir. Quando me formei em Matemática (Licenciatura Plena), descobri uma maneira que encantava os alunos em aprender Matemática: eu introduzia nas aulas histórias sobre a Matemática relacionadas aos conteúdos, as quais encantavam e facilitavam o aprendizado deles. Com o tempo, senti necessidade de buscar mais conhecimentos e, principalmente, aprendizado que oportunizasse a mim e aos meus alunos a "pedagogia do afeto". Muitos atalhos percorri, entre eles estudei Psicologia em 2010. No decorrer do curso, me interessei pela área de Psicologia do Desenvolvimento da Criança e do Adolescente e participei de cursos e oficinas de teatro, desenvolvendo minhas competências socioemocionais e minhas habilidades. Além disso, cursei paralelamente a Formação Educador(a) brinquedista no Colégio Sevigne/Redes São José em Porto Alegre - RS a qual foi uma riqueza de conhecimentos e aprendizagens. Posteriormente, me dediquei a trabalhar com turmas de Teatro e criei o grupo de Teatro Pedagógico na minha cidade interiorana do RS, São José do Norte, onde regressei algum tempo. Ainda em 2010, fui presenteada com a publicação do meu primeiro livro pela Editora Vozes denominado "Práticas Pedagógicas Vivencias", a qual me classificou na categoria freudiana, livro este que a princípio teria o nome da capa de Teatro Pedagógico. Aprovado com unanimidade pela banca examinadora de seis membros avaliadores da editora, motivo de alegria e orgulho, muito mais que isso - meu sonho de menina de me tornar mulher e uma profissional-escritora! Esse livro, em ano de 2013, foi indicado no portal do professor do MEC. Nos anos seguintes foram escritos e publicados outros cinco livros. Em 2013, cursei uma especialização em Arteterapia no Instituto da Família de Porto Alegre/RS. Porém, nesse mesmo ano, me envolvi pouco com a educação nos espaços físicos escolares, pois fui acometida por um câncer de mama aos 39 (trinta e nove) anos e precisei concentrar toda a minha atenção em minha saúde. Mesmo assim, nesse ínterim de 2013 a 2016, escrevi e publiquei duas obras as quais representam fruto de muitos estudos, pesquisas e superação: autoconhecimento e autocuidado, além de um olhar reflexivo voltado para a saúde dos docentes, entre os quais, se destacam: " Como Fazer a Escolha Certa e Saúde" e "Bem Estar em Sala de Aula". Após recuperar o bem-estar, em 2018, retorno meus estudos para assuntos que permeavam a BNCC e demonstrei maior interesse pelo documento, sobretudo em sua introdução em desenvolver as 10 (dez) competências gerais do educando, entre elas, a socioemocial, cognitiva, atitudes, valores e o protagonismo juvenil. Como a BNCC me deu subsídios maiores e de maior interesse, escrevi a obra "Metodologias Ativas e Práticas Pedagógicas Inovadoras - Desenvolvendo as Competências Socioemocionais BNCC". Em 2019, realizei o lançamento dessa obra na internet e obtive muito sucesso. Contei com a colaboração e apoio de muitos profissionais de ensino e criei 72 (setenta e dois) grupos de Whatsapp entre Fevereiro a Maio desse ano, denominados "BNCC NA PRÁTICA". Hoje com formação em Educação Emocional Positiva, Practitioner em PNL e Especialista em Metodologias Ativas de Aprendizagem, me sinto convidada a capacitar e formar docentes e coordenadores pedagógicos no NOVO método que criei, o qual possibilita a implementação da BNCC de maneira mais fácil e prática e com a possiblidade disponível para qualquer professor implementá-la sem burocracias ou dificuldades a partir da sua primeira semana de aula, sendo o Método Facilitador - ICS BNCC (Intelligência Comunicativa Sistêmica) e o Programa de Competências Socioemocionais, inserido na plataforma BNCC Digital [www.bnccdigital.com.br], esses recursos reunirão todo o conhecimento dedicado e comprovado de 25 (vinte e cinco) anos de dedicação.

Professor da Rede Estadual é semifinalista do Prêmio Oceanos

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